sábado, 28 de março de 2009

in rainbows



Sétimo álbum de originais dos Radiohead e o primeiro que editam sem o selo de uma editora. A liberdade levou-os a apresentar uma colecção de canções com vida própria, que podiam perfeitamente viver independentes umas das outras. In Rainbows é também o primeiro registo da banda depois de Thom Yorke editar The Eraser , a sua estreia a solo. Podendo ou não ser uma reacção à linha mais electrónica do registo de Yorke (e dos últimos discos da banda), In Rainbows deixa os instrumentos respirar: há guitarras fortes em «Bodysnatchers», bateria suave em «Nude», cordas sublimes em «Faust Arp» e guitarras ondulantes em «Reckoner». A melancólica voz de Yorke também respira melhor, passeia-se por ambientes menos claustrofóbicos, cresce e transfigura-se em cada música. «15 Step» abre o disco em euforia contagiante – é provavelmente a peça que mais dificilmente encaixa em In Rainbows , sem que isto seja um aspecto negativo – mas o álbum atinge o ponto mais alto com os belíssimos, apaixonados e etéreos «All I Need», «House of Cards» e «Videotape», o inquietante tema de encerramento.

Quando defendido como um todo, o álbum não encherá as medidas dos mais exigentes, mas cada canção é uma surpresa pronta a ser desembrulhada. E é assim que faz sentido. Correcção: In Rainbows não é um bom álbum, é antes uma belíssima colecção de canções. Continuam a ter talento abundante, continuam a saber o que querem e a mostrar-se bem focados. Continuando assim, os Radiohead vão permanecer uma das melhores bandas deste século, como foram do anterior.
in Blitz

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